O bar é comandado pela trans Deusimar, interpretada com brilhantismo pelo ator Yuri Yamamoto, que após conhecer o marinheiro Jarbas(Demick Lopes), em uma referência à Querelle, passa a questionar suas escolhas. O longa, dirigido pelos cearenses Guto Parente e Pedro Diógenes, é bem incomum e traz diversas referências ao cinema e a cultura queer através da metáfora da solidão.
O tom alucinógeno que o filme propõe nos remete a uma experiência imersiva naquela universo tão deteriorado,com Mickey Mouse, Mulher Maravilha e Wolverine em estado de decomposição.
Com uma estética ousada, as soluções visuais escolhidas para ilustrar os momentos de Deusimar são verdadeiramente poéticas e lúdicas. O uso da tela verde se aplica muito bem aqui, quando a travesti nos faz embarcar numa espécie de sonho acordado ao som de Luz do do Sertão.
A virada do filme se dá quando Deusimar vende o bar e os personagens acabam todos sem rumo, é quando o Coelho têm então sua grande cena com a transexual que é posta a repensar seus valores e sua existência.
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