terça-feira, 22 de setembro de 2020

O direito do mais forte é a liberdade(Faustrecht der Freiheit, Alemanha, 1975)


Confesso que conheci recentemente o universo do diretor alemão Rainer Fassbinder e, em todas obras que vi, fiquei fascinado por sua autenticidade e linguagem própria que só os grandes gênios do cinema possuem. 


Na Alemanha Ocidental, em 1975, ele já tratava da homossexualidade com muita naturalidade e é isso que vemos em O direito do mais forte é a liberdade que nos EUA foi traduzido como Fox and his friends. O filme é protagonizado pelo próprio Fassbinder, na pele de Franz um jovem homossexual que trabalha num circo, perde o emprego, ganha na loteria e faz alguns amigos.


Mas não se trata de um filme feliz ou otimista. A homossexualidade é sim bastante explorada, através da nudez dos personagens, nas conversas, no sexo ou em um banho de lama numa sauna, mas trata sobretudo sobre solidão e abandono.


Questões sociais, éticas, morais, sexuais são levadas à cena como de costume na obra do diretor. Os personagens têm personalidade ambíguas sem um caráter muito definido. Apenas Franz, é que passa um ar de inocência embora seja totalmente sexual.


O direito do mais forte é a liberdade é um complexo estudo sobre comportamento ou ao menos ao contexto social que Fassbinder vivia. A homossexualidade era tratada através de uma liberdade até então pouco vista, o diretor certamente estava abrindo caminho para muitos que viriam.


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