Sendo como Capitão Nascimento ou Pablo Escobar, Wagner Moura encarna em seus personagens e em A Praia do Futuro, do diretor Karim Ainouz dos belíssimos Madame Satã e O Céu de Suely, o ator baiano literalmente se desnuda e entrega uma performance sólida e intensa.
Coprodução entre Brasil e Alemanha, o filme conta a história de Donato(Moura), um salva-vidas da Praia do Futuro em Fortaleza, que em um dia ao tentar salvar a vida de dois alemães acaba perdendo um deles para o mar.
Dividido em três capítulos, o primeiro "O Abraço do Afogado" aproxima Donato de seu resgatado, o alemão Konrath interpretado por Clemens Schick. Logo na saída do hospital os dois transam na praia e se aproximam ainda mais fazendo que Donato troque a ensolarada Fortaleza pela cinzenta Berlim.
Deixando tudo para trás, e abandonando a família incluindo o irmão com quem tem belas cenas, Donato pode fugir para finalmente viver sua sexualidade e assumir um romance no exterior. Medo ou Coragem? Aos poucos e principalmente junto de Konrath, a personalidade de Donato vai sendo revelada.
A virada se dá quando Ayrton, o irmão de Donato já crescido vivido pelo brilhante Jesuíta Barbosa, recém tinha saído de Tatuagem, chega a Berlim. Questões como abandono, família, intimidade vêm a tona e uma nova forma de viver começa a ser explorada pelo três personagens centrais.
Assim como na canção de David Bowie, que faz parte da trilha sonora, os personagens desse filme são como heróis, pois encaram seus medos de frente. Praia do Futuro é uma obra muito diferente de Madame Satã por exemplo, é mais sensível e menos alegórica, mostrando um outro momento da carreira do diretor que atualmente escolheu a Alemanha para viver.
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