2020 foi o pontapé do CINEMATOGRAFIA QUEER, um ano pandêmico que me jogou no cinema como refúgio e resistência. Entre Almodóvar, ballroom e horrores queer, eu criei um olhar afiado pro que pulsa na margem — aqui começou o fogo!
Março: O Big Bang em Cores e Dor
Março acendeu tudo com "Dor e Glória", de Pedro Almodóvar, trazendo Antonio Banderas como um eco vulnerável do diretor que me pegou pelo coração e me impulsionou a começar o projeto. "Rocketman", de Dexter Fletcher, voou alto com Taron Egerton vivendo Elton John em cores vibrantes. Revisei "Má Educação", de Pedro Almodóvar, e "Madame Satã", de Karim Aïnouz, com Lázaro Ramos como o rei da Lapa em chamas. "AJ and the Queen", com RuPaul, me levou numa road trip drag cheia de alma, e "Paris is Burning", de Jennie Livingston, consagrou o ballroom como hino eterno de resiliência. Foi o big bang para expandir e compartilhar o meu olhar queer, um start que misturou dor e brilho!
Abril: Sexo, Flores e o Pulsar das Margens
Abril explodiu com "Atrás da Estante", de Karen Harley, um doc sobre a Circus of Books, santuário queer de Los Angeles que me fascinou. "La Casa de las Flores: 3ª Temporada", de Manolo Caro, fechou com ironia e temas trans. A revisão de "Pose: 1ª Temporada", de Ryan Murphy, me fez vibrar na Nova York de 1987 com Blanca (MJ Rodriguez) reinando, e "Tudo Sobre Minha Mãe", de Pedro Almodóvar, partiu meu coração (mais uma vez) com Cecilia Roth como Manuela. Foi um mês que pulsou nas bordas, cheio de sexo, flores e vida!
Maio: Resistência Trans e Sonhos de Tela
Maio me trouxe de novo "Uma Mulher Fantástica", de Sebastián Lelio, com Daniela Vega brilhando como Marina, uma trans em luta e sempre me faz chorar junto. "Hollywood", de Ryan Murphy, sonhou uma era de ouro mais justa, entre garotos de programa e rebeldia, e eu me joguei nesse delírio revisionista. Foi um mês de resistência e telas que gritam inclusão!
Junho: Transgeneridade, Amor e Glamour Pandêmico
Junho refletiu com "Revelação", de Sam Feder, mapeando a transgeneridade no cinema e me fazendo repensar tudo. "Carol", de Todd Haynes, tocou fundo com Cate Blanchett e Rooney Mara num amor que corta a alma. "Legendary" (HBO) reacendeu os ballrooms com Leiomy Maldonado e Law Roach servindo 10 Across the Board, e "RuPaul’s Drag Race: Temporada 12" me salvou da pandemia com Jaida Essence Hall e um rusical sobre Madonna que eu amei. Foi glamour e luta em tempos de máscara!
Julho: Corpos Nus e Lendas Brilhantes
Julho expôs "Hombres de Piel Dura", de José Celestino Campusano, com Ariel em sexo bruto e abusos que me chocaram pela crueza. "Wig", de Chris Moukarbel, celebrou Lady Bunny e o Wigstock com plumas e história, enquanto "Minha Vida com Liberace", de Steven Soderbergh, trouxe Michael Douglas e Matt Damon num romance trágico que me fisgou. "Ligue Djá! O Lendário Walter Mercado", de Cristina Costantini e Kareem Tabsch, me levou de volta às antigas tardes do SBT com o astrólogo andrógino que é puro ícone. Corpos nus e lendas que brilham!
Agosto: Amores Viscerais e Vozes da Margem
Agosto incendiou com "Traídos pelo Desejo", de Neil Jordan, um amor visceral que me marcou. "Carta para Além dos Muros", de André Canto, deu esperança e didatismo sobre o HIV que eu respeitei. "Lorna Washington: Sobrevivendo a Supostas Perdas", de Rian Córdova e Leonardo Menezes, me levou ao Rio com uma transformista ativista que eu já conhecia o legado, e "Greta", de Armando Praça, surpreendeu com Marco Nanini. Voltando aos clássicos, "Watermelon Woman", de Cheryl Dunye, misturou racismo e empoderamento feminino num marco do new queer cinema, e "Parting Glances", de Bill Sherwood, foi pioneiro em abordar AIDS, em 1986. Foi visceral e marginal, do jeito que eu amo!
Setembro: Almodóvar e Waters, Opostos que Queimam
Setembro foi o mês que a página começou a postar mais intensamente graças à sua incursão no Instagram e outras redes e mergulhou no meu "Top 10 Pedro Almodóvar", com "Tudo Sobre Minha Mãe" como obra-prima, Cecilia Roth e Agrado (Antonia San Juan) me dilacerando. Também devorei John Waters, de "Pink Flamingos" a "Multiple Maniacs", com Divine reinando no trash queer como rainha absoluta. Também teve "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant" e "Querelle" para começar uma jornada incrível por Fassbinder . Marcante nesse mês de post diários também foi o underground "Inferninho", Pedro Diógenes e Guto Parente. Foi um choque de opostos que queimou minha retina!
Outubro: Horrores Queer com Sangue e Glitter
No meu primeiro abraço ao Halloween teve "The Rocky Horror Picture Show", de Jim Sharman, me levando pra uma sessão da meia-noite em 1975 que eu vivi na alma. "Party Monster", de Fenton Bailey e Randy Barbato, foi puro close club kid, e "Monster: Desejo Assassino", de Patty Jenkins, partiu meu coração. Minha lista "13 Filmes de Terror LGBTQIA+" trouxe "Vestida pra Matar", de Brian De Palma, e "A Pele que Habito", de Pedro Almodóvar (ele de novo). Eu abri a mente para Gregg Araki com "Mistérios da Carne"
, e fiz uma revisão super cantarolando "Hedwig", do John Cameron Mitchell. Também imergi no New Queer Cinema, de Gus Van Sant, com "Garotos de Programa". "Alice Júnior", de Gil Baroni, exorcizou o Halloween com uma trans pop que roubou a cena. Sangue e glitter na veia!
Novembro: Mix Brasil, Amores que Gritam
Novembro pulsou com o Mix Brasil online. "As Mil e Uma", de Clarissa Navas, abriu o festival num amor marginal que me pegou, "Valentina", de Cássio Pereira dos Santos, brilhou com Thiessa Woinbackk. "Os Fortes", de Omar Zuñiga, foi um romance chileno triste e lindo. Teve os quentes "Vento Seco", de Daniel Nolasco e "Saint Narcisse", de Bruce LaBruce, Assisti aos clássicos "Alucarda", de Juan López Moctezuma e "Orlando", de Sally Potter, com Tilda Swinton. E novembro também me trouxe VENENO, a série icônica que conta a história de Cristina Ortiza, La Veneno. Amores que gritam alto!
Dezembro: Tops, Triângulos e um Natal Queer
Dezembro listou meu "Top 8 Séries LGBTQIA+ 2020", elegendo "Veneno", de Javier Calvo e Javier Ambrossi, como um hino de identidade trans, com "Ratched" e "Hollywood" (ambas de Ryan Murphy) brilhando também. Meu primeiro "Top 10 Filmes LGBTQIA+ 2020" coroou "Valentina", mas "Retrato de uma Jovem em Chamas", de Céline Sciamma, e "Ammonite", de Francis Lee, me pegaram forte no drama sáfico de época. Fui para a Normândia com "Verão de 85", de François Ozon. Maratonei Xavier Dolan, de "Amores Imaginários" a "Laurence Anyways", com seus triângulos e linguagem pop me hipnotizando. "Alguém Avisa", de Clea Duvall, garantiu um Natal gay fofinho. Um final para se livrar do ano tenso e pandemônico que foi 2020!
Toque Final:
2020 foi mais do que um ano perdido – foi o palco onde a chama queer acendeu minha alma para conhecer e imergir em narrativas que destacam a comunidade LGBTQIA+. Foi a chama que fez renascer das cinzas. Das telas de Almodóvar aos catwalks do ballroom, cada frame foi uma luta, um grito, um brilho.
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